É bem verdade que as desigualdades sócio-econômicas tem diminuído nos últimos anos. Especialmente, a partir de investimentos maciços nos últimos anos em políticas públicas, através de programas de governos de inserção social e distribuição de rendas a famílias qualificadas abaixo da linha de pobreza. Mesmo assim, entendemos ser pouco. Muito tem que ser feito até a eliminação completa dos bolsões de pobreza absoluta em nossa sociedade. Esse cenário de desigualdades sociais traz com si outro estigma desumano: o do preconceito.
Essa fotografia histórica de desigualdades sócio-econômicas de nossa sociedade, vem sendo revelada com a divulgação, pelo IBGE, dos resultados do Censo de 2010. Por exemplo, a apuração da pesquisa censitária mostra que somente 4% dos que se declararam negros e pardos possuem renda superior a daqueles que indicaram serem brancos em 438 ocupações profissionais listadas no levantamento. O cenário é ainda mais crítico se se tratar de mulher, que, na maioria das vezes, recebe salários mais baixos que os homens, na mesma ocupação funcional.
Por outro lado, é preciso considerar que houve avanços consideráveis em relação a apurações de décadas anteriores. O Censo de 2010 revela que os grupos que registraram os maiores aumentos de renda e escolaridade na década passada foram, justamente, mulheres (mais 15%) e pretos e pardos (acréscimo de 21%), enquanto que a branca ficou em 4%. Esse é, sem dúvidas, um dos nossos grandes desafios para os próximos anos: acabar com as desigualdades e os gargalos das desigualdades sociais no Brasil.
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